terça-feira, 19 de outubro de 2010

Suicídio...

Duas semanas se passaram e parece que as coisas vão dar certo. Agora parece que o Tarcísio decidiu de verdade em estar do meu lado. Que bom rs. Mas hoje eu não queria falar de nós dois. Estive pensando sobre como na vidas das pessoas ao nosso redor passa tão rápido e não percebemos seus problemas, seus medos, sonhos e anseios. Onde moro são doze casas, doze moradores, doze pessoas com seus problemas, seus sonhos e ... Mas o que é interessante é que apesar de vizinhos, praticamente nunca nos encontramos. Existem dias em que não tem como saber se a pessoa do corredor é ou não morador do prédio. Se possuímos a dificuldade de saber quem é nosso vizinho, como saber do que ele precisa? E ele precisa? Isso eu não sei, mas concerteza algum dia ele deve ter necessitado de alguma ajuda. 
Tenho um vizinho chamado Jeferson, ele é bem extrovertido e acredito ser o único que conhecer todos do prédio. Um certo dia comecei a observar que em sua casa sempre aparecia um menino. Não lembro o seu nome. O que me chamou atenção era sua voz forte, viril, um locutor nato. Com o tempo descobri que ele e o Jeferson estavam namorando. Ambos estudantes de graduação de uma excelente universidade federal. Ele, um dos melhores alunos da turma. Sempre passava por ele na universidade, no supermercado, na rua e nunca tive coragem de falar um oi.   Nunca existiu nem um sorriso de canto dos lábios. Daqueles sabe? Aqueles que damos quando encontramos uma pessoa conhecida na rua. Enfim os dias foram passando e sempre estava ele na casa do Jeferson. Ate que, não sei por quais motivos, as visitas ficaram mais raras. 
Um dia estava dormindo com a janela do meu quarto aberto e ouvi vozes ao fundo. Vozes baixas e confusas que chegavam a me confundir ao ponto de não saber mais se ouvia de verdade ou estava sonhando.

"Morreu..."
     
          "Por que será.."
                            
                              "Agora é com ele e Deus..."
                                       
                                                        "Vamos pedir a Deuss..."




Acreditei que estava sonhando e continuei dormindo ...  Não foi sonho, foi real!!! Depois de ter acordado e me deslocar para a faculdade descobri que meus sonhos nunca existiram. Infelizmente tinha sido tudo real. Aquele menino, o qual eu nem sabia o nome, que não tinha falado oi e nem mesmo manifestado um sorriso amarelo para ele, tinha cometido suicídio. 



Ninguém nunca soube o porque. Quais os motivos que levaram ele a fazer isso? O que se sabe é que na manhã do acontecido a família acordou como sempre, tomaram café juntos, felizes e reunidos como sempre. A verdadeira família sem problemas mas feliz. Todos foram trabalhar e ele ficou em casa. Ninguém sabe o porque, os motivos, como aconteceu mas aconteceu. Naquela manhã o menino que não sabia o nome realizou suicídio. Depois disso todo mundo passou a saber seu nome, era Michel, a saber que era um bom filho, bom namorado, que tinha uma família perfeita e que era o melhor aluno da turma. O que será que aconteceu? Isso não saberemos...
Mas o que ficou em minha mente por muito tempo não foi a curiosidade em saber o(s) motivos (s) que determinaram o acontecimento. O que ficou martelando minha mente foi: Será que se eu sorrisse pra ele, se falasse oi para ele, tinha feito diferença em sua vida? Eu queria ter ajudado ele, nem que seja um pouco, com seja lá o que ele precisasse para viver. Hoje tento ser mas aberto a ver as necessidades das pessoas ao meu redor. Até mesmo necessidade mínimas de nossos familiares, nossos amigos, nossos amores. Eu quero esta aberto a ajudar seja quem for com meu melhor. Que possamos andar abertos a vivenciar a necessidade do próximo e tentar ajuda-los. Nem que seja com um belo sorriso ou um abraço apertado ou uma palavra de carinho ou com um simples bom dia. E a você meu caro leitor que chegou ate aqui no fim dessa postagem meu muito obrigado e um grande e carinhoso abraço.


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